Em tempo de crise que promete se intensificar ainda mais em 2017 no Brasil, podemos ter 5 reflexões do que esperar para este ano:
- Mais Trabalho – Com equipes cada vez mais enxutas, quem fica, precisa entregar o mesmo resultado daqueles que foram já demitidos. É tempo de fazer mais (resultados) com menos (recursos) e ao mesmo tempo, administrar a pressão, estresse e cobranças. É momento de ter resiliência, estabelecer alianças entre áreas distintas e criar sinergias com maturidade emocional;
- Do terno à botina – Com prazos e custos sendo cada vez mais cobrados, seja pelos gestores ou mesmo pelos clientes, os líderes serão ainda mais exigidos a deixar a gestão de helicóptero e atuar mais próximo da operação, entendendo profundamente os detalhes dos processos do dia a dia, para dar os direcionamentos precisos e atuar no que for necessário, motivando, engajando, delegando e fazendo os follow ups assertivos;
- O que funciona, já está obsoleto – É importante lembrar que se funciona hoje, amanhã poderá não funcionar ou mesmo poderá ser copiado pela concorrência. É preciso inovar e repensar a todo o momento o business. As empresas que não se reinventarem com foco na experiência do consumidor, estão fadadas à falência. Ao mesmo tempo, se o seu trabalho pode ser automatizado, esteja certo de que seu emprego está com dias contados. Somente aqueles que se tornam necessários e trazem resultados (curto, médio e longo prazo), terão espaço no ambiente competitivo das organizações;
- Generalistas valem ouro – Nos últimos anos, as empresas favoreceram a especialização dos executivos e com isso os generalistas se tornaram mais escassos. Com estruturas cada vez menores, o profissional precisa assumir responsabilidades com maior variedade de escopo e um entendimento amplo da organização. Sem dominar as temáticas do que você faz, torna-se impossível criar sinergias e ter ações com eficiência;
- Readequação salarial – A era dos pagamentos de altos bônus já se passou e deve demorar um bom tempo, até que retorne, se retornar. O momento é de readequação e os profissionais precisam se conscientizar disso. Por outro lado, a remuneração mensal nas posições de média e alta gestão não tem sofrido queda e se há um profissional a ser contratado que traz mais valor agregado, as empresas tem se disponibilizado a pagar de forma mais competitiva, para atrair os melhores. Importante lembrar que as empresas buscam talentos e estes, estão cada vez mais raros. Sempre foi complexo identificá-los e atraí-los e em tempo de crise a busca se torna ainda mais acirrada!
2017 ainda será um ano de muitas mudanças, reestruturações e readequações, seja nos processos, pessoas, sistemas e no que tange a talent management. É preciso ter abertura mental e maturidade emocional para que todas estas mudanças sejam feitas de forma consistente e perene, seja para as organizações, ou profissionais.
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David Braga é Presidente e Headhunter da Prime Talent (empresa de busca e seleção de executivos de média e alta gestão, que atua em todos os setores da economia, nacionalmente). É formado em Relações Públicas pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH) e pós graduado em Marketing Estratégico pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) em São Paulo. Tem vivência internacional em Trinidad & Tobago, Londres, África e Nova York.