Enquanto a geração Z, dos jovens que nasceram a partir do fim dos anos 1990, faz sua estreia no mercado de trabalho, os baby boomers – nascidos entre 1946 e 1964 – se encaminham para aposentadoria. Ligando a base – repleta de novatos – ao topo, lugar ainda bastante ocupado por veteranos, duas letras que nomeiam gerações: X (nascidos entre 1960 e 1980) e Y (nascidos entre 1981 e meados da década de 1990).
Assim, a diversidade etária se faz completa no ambiente corporativo. À parte o perigo das generalizações, há distinções que procedem. Entre as principais, estão aspectos como a dificuldade maior que, em geral, baby boomers podem enfrentar com aparatos tecnológicos, em oposição à extrema facilidade dos profissionais Y e dos Z neste campo, cita Graziela Moreno, CEO da Academia da Estratégia.
Em relação a comportamentos, a estabilidade tão desejada pela geração X também é oposta à impulsividade multidisciplinar dos novatos, que surgem mais individualistas e ligados a seus próprios valores pessoais, em um mundo altamente conectado. Outro exemplo é o estilo de liderança, focado em comando e controle no caso de baby boomers e dos X, e mais horizontalizado para os Y e Z.
Tão diferentes e ainda assim contemporâneas de expedientes. Quando quatro gerações se encontram o resultado é produtivo ou explosivo? Especialistas consultados por EXAME.com citam aspectos que aumentam as chances de um final feliz na relação entre as quatro gerações:
Conhecer as características gerais de cada geração é essencial para ajustar a atitude. Um olhar mais profundo traz o entendimento da forma como cada grupo tende a pensar e agir. “Um bom líder entende as características das pessoas”, diz Graziela, da Academia da Estratégia.
Saber o que é importante para cada um é fundamental neste processo. Independente da geração, motivadores variam muito entre profissionais. Se dinheiro representa sucesso para um, qualidade de vida ou estabilidade podem ser bem mais importantes para outros.
Na opinião de Graziela, ajustar canais de comunicação vai evitar problemas. “Para a geração X e-mail é o principal modelo. Já a geração Y não lê mais e-mails e usa outros canais para se comunicar”, diz.
E seus sucessores, da Geração Z, estão aí para provar a efemeridade dos canais de comunicação: saem de cena Twitter e a home do Facebook e entram no radar Snapchat e Facebook Messenger. “Snap… o quê?”, poderia perguntar um baby boomer ao colega Z.
Criar uma única linguagem privilegiando conexão digital ou trabalhando processo único comunicação é o principal desafio, de acordo com ela.
“Na época em que eu me formei, nos anos 70, o importante era saber, quem mais sabia era quem tinha mais sucesso. Hoje essa qualidade vale zero, porque existe o Google que sabe tudo”, diz Valter Pieracciani, especialista em gestão da inovação e sócio-fundador da Pieracciani Desenvolvimento de Empresas.
O que sobra para os veteranos que tanto acumularam conhecimento? Sobretudo, ensinar, diz Pieracciani. Esta é a qualidade a ser destacada nos mais experientes. Já os mais jovens reinam no campo da execução. “São bons em fazer, mas poucos sabem comandar”, diz o especialista.
O segredo do sucesso da diversidade, de acordo com ele, reside na correta combinação das qualidades naturais de cada geração. “É possível conseguir o engajamento perfeito com a diversificação dos papeis dentro das equipes”, diz Pieracciani.
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